Sobre sonhos


É engraçado quando eu quero escrever algo sobre a vida. Geralmente a inspiração some, as idéias mudam, e algo romântico começa a pipocar na minha cabeça. E lá vou eu escrever sobre amor de novo. Algo tão clichê e, ao mesmo tempo, tão fácil de falar. Ainda mais para mim, uma menina romântica que vive à espera do príncipe encantado.

Opa. Melhor parar por aqui. Não quero confundir as coisas de novo, e o assunto da vez não é nada relacionado à sentimentos, mas sim à sonhos. Porque sim, eu sou uma típica menina sonhadora que vive com a cabeça nas nuvens. Acho até que o blog devia se chamar "doce sonho" ao invés de "doce apego". Aliás, porque eu não pensei nisso antes? Talvez porque pudesse ser uma coisa mais clichê. Coisa que eu odeio e quero distância.

Sempre fui uma menina meio diferente nos gostos. Ok, meu sonho era ser médica, mas o segundo era sabe o quê? Cantora. Isso mesmo. Cheguei a entrar na aula de canto, fiquei por um tempo, saí. Eu e essa minha mania de começar e não acabar as coisas. Tudo bem, a minha timidez e falta de coragem para cantar até no karaokê, com a minha família de platéia, atrapalhou um pouco. Mas sem sofrimento. Era mais um sonho de criança e eu sabia que, se não corresse atrás (o que não era muito provável de eu fazer) não iria conseguir. Desisti, então.

Logo depois entrei no curso de teatro. Me apaixonei. Não foi algo do tipo esse-é-o-meu-sonho-e-eu-sou-capaz-de-fazer-qualquer-coisa-para-realizá-lo. Mas se eu tivesse alguma oportunidade, mergulharia de cabeça, óbvio. Cheguei a apresentar uma peça, perdi um pouco da minha timidez e vi que "até tinha talento pra coisa". A professora sempre me elogiava, e as minhas terças-feiras eram cheias de pessoas legais, testes, risadas, aprendizado e diversão. Porém – adivinhem só – eu parei. De novo. Não exatamente porque eu quis, mas é aquele negócio: ensino médio, escolha de faculdade, tinha que escolher algo sério e deixar o hobby de lado. Os hobbies, aliás. Não importava quantos fossem.

Entrei num curso técnico. Já era certeza: iria cursar ou Engenharia Ambiental, ou Engenharia Química, e um curso de Hidrologia poderia me ajudar e complementar o meu currículo. É, iria, quem sabe... Se eu tivesse gostado dele, né? Mas foi exatamente o contrário, não gostei. Percebi que exatas, definitivamente, não é pra mim. E agora vejo o quanto eu fui louca de um dia pensar em prestar vestibular para uma dessas duas opções. Desisti, mais uma vez. Saí com um pouco mais de seis meses de curso – era um ano e meio no total. Eu sei, não faltava muito. Mas eu não gostava mesmo e não iria aguentar ficar naquilo.

Com mais tempo livre, criei o blog. Passei o tempo que eu gastava no curso estudando, e percebi então que meu negócio é com humanas (meu Deus, mas é claro. Eu nunca gostei ou entendi matemática). Fui em uma feira de profissões, conheci a diplomacia. Me decidi. Direito. Poderia sem bem de vida e, ao mesmo tempo, o orgulho da família. Minha mãe mesmo aprovou e adorou a minha decisão. Ai, que felicidade! Finalmente decidi o que vou fazer na faculdade.

Mas que nada. Não passou nem dois meses, e eu não consegui me imaginar uma única vez sendo advogada/promotora/diplomata. Peguei emprestado um livro de Direito, nem cheguei a abrir. E aquela agonia voltou. Pouco tempo. Eu precisava escolher logo o que iria fazer no meu futuro, de preferência algo que: me fizesse feliz, me garantisse emprego e uma boa vida. Sim, se eu fizesse Direito, seria uma pessoa bem-sucedida. Mas feliz? Percebi que não. Não mesmo.

De repente, parei de pensar em dinheiro, oportunidades de emprego... Essas coisas todas. Descobri (na verdade percebi) a minha verdadeira paixão. Estava na minha frente o tempo todo e eu ficava negando, sabe? Porque eu sabia que seria algo difícil, trabalhoso, ao mesmo tempo praticamente impossível. Eu não admitia para mim mesma.

Escrever. Isso, sim, sou eu. E caramba, eu faço isso desde pequena, tenho uns mil diários guardados, e ainda não tinha percebido isso? Mas enfim. Eu finalmente me encontrei. E junto com as minhas duas outras paixões – fotografia e moda – eu escolhi, afinal. Jornalismo. Estava mais que na cara que o meu negócio é com arte. Sempre foi.

Desapontei algumas pessoas com essa escolha, claro. Tem gente que ainda passa por mim e fala que pra isso eu não preciso de diploma, que o mercado de trabalho não é bom e que não vai me dar dinheiro. Parece que falam que nada vai dar certo, sabe? Mas eu nem ligo. Tem gente que me apóia e, mesmo se não apoiassem, eu não desistiria. E é o que eu vou fazer – não vou desistir (não dessa vez, juro). Vou mostrar que, com dedicação e indo atrás do que se quer, qualquer um consegue. Por mais difícil que as coisas sejam/estejam.

Porque agora eu descobri minhas verdadeiras paixões. Não é como antes, agora é de verdade – e inexplicável. Meu sonho está aqui, na cabeça e no coração: ser uma boa jornalista e escritora. E dessa vez vai. O blog está aí como prova, né? Vou me dedicar e me esforçar ao máximo que eu puder, até realizar os meus sonhos.

Porque sonhos, afinal, servem para isso. Para serem perseguidos, até se tornarem realidade.

PS.: Torçam por mim! hehe

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