Dúvidas do amor


Certa vez me disseram que nenhum amor é igual ao outro. E como alguém que só amou uma vez na vida pode saber disso? O vácuo me faz conseguir pensar, minha cabeça muda de lugar a toda hora e meu corpo procura respostas. O telefone acende anunciando novas mensagens, o teto nunca pareceu tão perto de mim e o chão, tão frio. Será mesmo que os amores são diferentes?

Quando a música tocou de novo, senti agonia e desejo de voltar no tempo. Somente para ter a mesma sensação. Sensação, esta, que não vai ser sentida de novo da mesma maneira. Entre aspas, explico o quanto queria que isso se repetisse, mas que fosse algo com retorno e aviso prévio. Quero poder sentir a mesma coisa mil vezes, de diferentes maneiras, com pessoas e situações diferentes. Sou imensidão, sou cheia de amor e dor.

E quando a próxima experiência chegar, poderei te responder. Se dois amores não podem ser iguais, se eles não se igualam e não possuem os mesmos passos. Atravessarei a rua, limpa, pronta, capaz. Sentirei de novo, o mesmo? Não sei. Sei que as perguntas que não têm respostas são as que me movem a andar sem olhar para trás.

Amor, amar, a dor. Se dois sentimentos não são o mesmo, as situações são diferentes, por que sempre a mesma agonia? Reciprocidade, confiança, lealdade, amizade. Um punhado a mais e a menos, e tudo gira e se diferencia. Já entendi. Amor e outro amor não são iguais, se diferem apenas por isso: a quantidade de cada ingrediente varia. Concentração e solubilidade distintas, soluções com diferentes quantidades de soluto. Misture e terá outra solubilidade. A aula de química nunca tinha sido tão útil antes das perguntas que vagavam sem respostas.


Comentários

  1. Uau, você escreve muito bem. Parabéns pelos textos, desse jeito sua carreira de jornalismo vai longe (:

    http://parasemprefrancielli.blogspot.com

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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