PASSARINHO


É engraçado pensar onde estamos agora. 

Eu já tentei dar muitos adeus, mas alguma coisa sempre nos deixou ligados de alguma forma. Eu que nunca acreditei muito em alma gêmea me via então, de alguma forma, interligada a você. 

"Agora eu preciso ir", eu falava sempre em uma briga, hesitando e torcendo para que toda a fase ruim terminasse por ali. Ainda suportamos muitos momentos difíceis e que muitos casais, em nosso lugar, certamente teriam desistido. Mas duramos. Perduramos. Resistimos. E mais do que nunca, nos amando e aprendendo a suportar a dor e o defeito do outro. 

Eu preciso confessar que existem certas situações que são grandes demais para caber na minha vida, e por conta disso algumas cenas não se passam de forma nítida em minha cabeça. Você me mostrou o mais próximo do que é o verdadeiro amor, do que é ser verdadeiramente amada; do que é, de fato, sentir borboletas no estômago e expectativas de um longo futuro pela frente. E por mais que nossos planos estejam começando a sair do papel, ainda é muito louco pensar que um dia será todo dia. Todos os dias acordando ao seu lado, todos os dias provando do seu beijo matinal e tendo a honra de sentir o cheiro do seu pescoço. 

Eu era um pássaro que almejava a liberdade, e em outro momento estava ali, sendo o seu passarinho. E você nunca me colocou gaiolas. Pelo contrário, você nunca cortou as minhas asas e sempre - absolutamente sempre - me deixou livre para ir, e eu nunca fui porque algo ainda me ligava a você. 

A verdade é que eu sempre te amei. 

Mesmo quando ainda não tínhamos títulos, você já provocava sentimentos e sensações em mim que iam do medo e insegurança ao amor, paixão, desejo de ficar junto e segurança, muita segurança e confiança. Eu não tenho do que reclamar, até a sua voz me conquista e seu jeitinho despreocupado de ser me ganha cada dia mais. 

Eu continuo contando os dias para ser para sempre nós 2, por mais que em mentes humanas não faça sentido, você me provou que, de alguma forma, as coisas não precisam fazer sentido para dar certo. E quando os escritos saem e se tornam uma expressão totalmente vulnerável daquilo que eu sinto, posso então ter a confirmação daquilo que é, mas que de alguma forma sempre foi - e sempre vai ser. 

É, é amor.

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