Amar, mudar e crescer. Amadurecer.
"Você mudou". Estão aí duas palavras
poderosas. Principalmente quando são direcionadas à você. Rola um frio na
espinha, meio segundo de silêncio e a gente, na maioria das vezes, tende a
rebater. "Tá louco? Continuo a mesma pessoa!". Como se isso fosse o óbvio, o
lógico, o melhor, e o politicamente correto. Mas no fundo, a gente tá olhando
pra dentro e se perguntando baixinho "será que eu mudei?".
Eu queria saber de onde que vem esse
medo de mudar. Em algum lugar do mundo, um não-sei-quem começou com essa
história de que mudar é ruim. De que ter dúvidas é sinônimo de insegurança, e
seguir na certeza e imutabilidade é sinal de coerência, de respeito. Vamos
deixar algumas coisas claras: a gente vive em constante mudança, nossos
pensamentos estão se modificando o tempo todo. Não tem nada de errado em mudar
de ideia, em trocar de opinião. Pensar bem e perceber que você pode estar
errado é o maior acerto do mundo! Na minha opinião, se permitir mudar é o
caminho. Eu digo mudar no sentido de experimentar, de se perdoar, de pensar
diferente e depois, sei lá, voltar a pensar como antes. Eu falo em não se
prender a todos os limites que você se impôs, as promessas que você se fez ou
as palavras que um dia proferiu.
Já perdi a conta de quantas vezes eu me
jurei alguma coisa e voltei atrás. Mas sabe, se contradizer às vezes é
necessário. Em verdade, alguma das melhores coisas da vida vão fazer você se
contradizer. A gente tem que entender que nosso meio, as pessoas, nosso corpo,
vontades, desejos, sonhos, cabeça, sentimentos, tudo está se modificando a todo
o momento. A gente não pode se prender ao orgulho pra não admitir que agora
gosta do que outrora detestava. Ou se prender a uma relação em que os dois
fingem que o sentimento está intacto. É preciso ter honestidade e coragem pra
olhar as coisas como são e percebê-las como realmente estão.
Já vesti coisas que não vestiria nunca
mais, curti bandas que hoje não aguento ouvir, fui amiga de pessoas que não
olham pra minha cara e namorei uns carinhas que descobri que não tem nada a ver
comigo. Eu olho pra trás e vejo que fiz coisas das quais me orgulho, coisas que
eu nunca contei pra ninguém, e coisas que eu nunca faria de novo. Mas é
engraçado, por que eu vejo tudo isso e não me arrependo. Me pergunto: putz como
é que eu fiz isso? Em que merda é que eu tava pensando? E em vez de me
martirizar ou tentar esquecer, eu sorrio. Sorrio por que vejo que eu tinha
outro pensamento, outras idéias, que hoje eu considero exageradas, muito loucas
ou muito chatas. Que hoje nem passariam pela minha cabeça. Mas eu sei que pra
eu ter feito daquele jeito, eu quis que fosse assim. Pra mim, em algum momento,
fez sentido. E eu gosto de sentir que eu pensava diferente. Eu me despeço com
saudades de uma parte de mim que não existe mais, mas que fez eu ser quem eu
sou e me deu lembranças incríveis.
Com o tempo, a gente risca algumas
coisas das nossas listas, realiza alguns dos nossos sonhos, reorganiza as
nossas prioridades, conhece um punhado de gente especial e faz mais algumas
promessas. Às vezes alguns acontecimentos surpreendem nossas expectativas,
outros fogem da nossa zona de conforto, e quando vamos ver a gente cresceu mais
do que achávamos que podíamos. Se eu pudesse deixar um conselho pra todos os
meus amigos, seria esse: De tempos em tempos, separe um espaço do seu dia.
“Recapitule” a sua vida. Nem sempre a gente entende ou concorda com tudo que a
gente fez, mas com certeza a gente ri bastante, e muita coisa passa a ter um
significado que não tinha naquele tempo. O que vale mais a pena é olhar nossa
trajetória, sentir saudade de quem fomos e sentir na pele nosso amadurecimento.
Se perdoe por todas “aquelas burradas” que algum dia você fez, sem elas você
não seria hoje essa pessoa tão forte e não teria esse coração tão grande. Pois
é, você mudou.
Luísa Xavier
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOi Laris, amei o texto. Já escrevi algumas coisas parecidas. A verdade é que eu amo mudanças, e realmente não entendo por que a maioria não gosta. Já imaginou como seria se até hoje estivéssemos comendo papinha e usando fraldas? Terrível, sem dúvidas, a mudança é o que move o mundo! :)
ResponderExcluirBeijos,
Carol,
www.caixa-a-a.com
cuurti demais o texto, todos nós passamos por está fase!
ResponderExcluirbeijos <3
alinebencke.blogspot.com.br
òtimo texto, ameei
ResponderExcluirhahah é a vida.. acho q todo mundo pensou em tudo isso ai do texto e vivenciou tudo..
ResponderExcluiradorei o texto
bju
http://aieuvivantagem.blogspot.com.br/
Temos que agradecer algumas mudanças que fazemos. Namoros, músicas, estilos..
ResponderExcluirE na maioria das vezes mudamos e nem percebemos!
Amei o texto!
Beijos, Aline
24 dias de primavera
Realmente, Aline. Sempre bom mudar, achei esse texto ótimo também! Beijo <3
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