Dúvidas do amor
Certa vez me
disseram que nenhum amor é igual ao outro. E como alguém que só amou uma vez na
vida pode saber disso? O vácuo me faz conseguir pensar, minha cabeça muda de
lugar a toda hora e meu corpo procura respostas. O telefone acende anunciando
novas mensagens, o teto nunca pareceu tão perto de mim e o chão, tão frio. Será
mesmo que os amores são diferentes?
Quando a
música tocou de novo, senti agonia e desejo de voltar no tempo. Somente para
ter a mesma sensação. Sensação, esta, que não vai ser sentida de novo da mesma
maneira. Entre aspas, explico o quanto queria que isso se repetisse, mas que
fosse algo com retorno e aviso prévio. Quero poder sentir a mesma coisa mil
vezes, de diferentes maneiras, com pessoas e situações diferentes. Sou
imensidão, sou cheia de amor e dor.
E quando a
próxima experiência chegar, poderei te responder. Se dois amores não podem ser
iguais, se eles não se igualam e não possuem os mesmos passos. Atravessarei a
rua, limpa, pronta, capaz. Sentirei de novo, o mesmo? Não sei. Sei que as perguntas
que não têm respostas são as que me movem a andar sem olhar para trás.
Amor,
amar, a dor. Se dois sentimentos não são o mesmo, as situações são diferentes,
por que sempre a mesma agonia? Reciprocidade, confiança, lealdade, amizade. Um
punhado a mais e a menos, e tudo gira e se diferencia. Já entendi. Amor e outro
amor não são iguais, se diferem apenas por isso: a quantidade de cada
ingrediente varia. Concentração e solubilidade distintas, soluções com
diferentes quantidades de soluto. Misture e terá outra solubilidade. A aula de
química nunca tinha sido tão útil antes das perguntas que vagavam sem
respostas.
5 comments
Uau, você escreve muito bem. Parabéns pelos textos, desse jeito sua carreira de jornalismo vai longe (:
ResponderExcluirhttp://parasemprefrancielli.blogspot.com
Muito obrigada, Fran! <3
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito bom, Laris. Adorei o texto!
ExcluirMuito obrigadaa! <3
Excluir